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Entrevista 4 - Profª. Me. Elisângela Lima de Andrade

Convidamos a Me. Elisângela Lima de Andrade, Professora com dedicação exclusiva do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amapá (Unifap), para uma conversa sobre a sua participação como uma das organizadoras do e-book “Perspectivas midiáticas e de educação na contemporaneidade”, publicado pela Editora Emeritus.


Confira a entrevista completa a seguir:

Mestra em Ciências da Educação pela Universidad de La Empresa, localizada em Montevidéu - Uruguai, com diploma revalidado no Brasil pela Universidade Estácio de Sá, em julho de 2021. Professora com dedicação exclusiva do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amapá. Graduação em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (1995). Especialização em Imagem e Sociedade, Estudos sobre Cinema, também pela UFPA (2005). Possuo experiência na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e imagem digital e já atuei na área de assessoria de imprensa. Tenho ampla experiência técnica em Telejornalismo. Fui repórter de TV em emissoras como SBT Pará, TV Cultura Pará e TV Liberal. Sendo que, nesta última, que é afiliada da Rede Globo, trabalhei durante doze anos e exerci, também, o cargo de chefe de reportagem.


Emeritus: Como foi participar do e-book Perspectivas midiáticas e de educação na contemporaneidadecomo uma das organizadoras da obra, redigir a “Apresentação” e um capítulo como “Televisão e memória”? Quais as diferenças entre as funções que exerceu?


Profª. Me. Elisângela Lima de Andrade: O capítulo veio primeiro, pois eu tinha um material sobre o projeto de extensão Repórter Universitário TV WEB, que eu coordenei durante dois anos no curso de Jornalismo da Unifap, e queria tratar dos resultados desse projeto em um artigo científico. Então, eu e as professoras Cláudia Saar e Roberta Scheibe reunimos nossas pesquisas e decidimos tratar da memória da televisão e da WEB, incluindo assim a convergência midiática, mostrando um caso empírico. Em relação à organização, não foi fácil, pois a pandemia atrasou bastante o envio dos artigos pelos pesquisadores, atrapalhou todo mundo, claro. Tivemos que esperar passar aquele momento mais crítico, no primeiro semestre de 2020, e retornar com mais gás e esperança no segundo semestre. Eu falo um pouco disso na apresentação do e-book. Certamente, foi difícil, mas recompensador. O e-book está muito interessante e atual.


Emeritus: Ao olhar seu currículo, percebemos que possui experiência no mercado e na academia com o tema “Televisão”. É o assunto de maior interesse em suas pesquisas nos dias de hoje?


Profª. Me. Elisângela Lima de Andrade: Eu gosto muito de televisão, sempre gostei. Entrei na faculdade de Comunicação Social, em 1995, com o objetivo de trabalhar em televisão. Trabalhei por muitos anos, principalmente como repórter. Mas eu sempre gostei da área da educação e tinha vontade de ser professora. Inclusive, fui professora de uma escola de inglês na década de 1990. Então, em 2004, surgiu a oportunidade de fazer uma especialização, passei em um concurso para professora substituta e não parei mais de dar aula. Acabei fazendo mestrado em educação fora do Brasil, pois, aqui em Macapá, não tinha qualquer mestrado na minha área ou áreas afins em 2015. Foi uma experiência excelente, pois a educação e a comunicação caminham juntas ou, pelo menos, deveriam. Desenvolvi uma pesquisa sobre educação a distância, que envolve as tecnologias digitais de informação e comunicação, assunto bastante persistente e pertinente em Jornalismo. Atualmente, após finalizar o mestrado, voltei a pesquisar o telejornalismo, especialmente, o telejornalismo em tempos de pandemia.


Emeritus: A abordagem a respeito da TV brasileira mudou muito desde o início das suas pesquisas sobre o tema? A tecnologia influenciou nos estudos sobre essa temática?


Profª. Me. Elisângela Lima de Andrade: A televisão brasileira é tecnologia desde o início. Nasceu de pesquisas sobre fotografia, imagem em movimento, som. Se analisarmos a história da televisão, podemos verificar que ela é permeada de evolução tecnológica. Obviamente que o sistema digital, a internet e, mais recentemente, as mídias sociais têm causado uma verdadeira mudança na maneira de fazer e de assistir televisão. Porém, penso que uma coisa não mudou: a importância da imagem, seja em uma tela grande ou na tela de um celular. A imagem atrai, a imagem diz muito, então, a televisão continua com essa magia da imagem, da imagem em tempo real. A partir de 2020, em função da pandemia de Covid-19, temos mais desafios nessa área. A maneira de fazer jornalismo de TV foi adaptada ao isolamento social, profissionais apresentando telejornais de casa, repórteres fechando matérias sem sair de casa, telespectadores gravando suas próprias entrevistas, entre outras mudanças/adaptações. O momento é propício para muitas pesquisas, pois são muitas dúvidas e poucas certezas.


Emeritus: Quais são as principais contribuições do artigo “Televisão e memória: possibilidades de construção e reconstrução através de narrativas convergentes” para o (a) leitor (a)?


Profª. Me. Elisângela Lima de Andrade: Em primeiro lugar, o artigo traz um caso empírico, que retrata como a televisão conversa com a Web. Ele mostra o caminho da convergência midiática, como fazer televisão para a Web, as semelhanças e diferenças. Além disso, fala da importância das tecnologias para a memória jornalística e da televisão, passando pelas novas mídias, pelas narrativas transmidiáticas, sem se eximir da parte sociológica, da criação social e coletiva. Portanto, o artigo tem um olhar mais amplo em relação à convergência midiática, tão propalada por Henry Jenkins e outros pesquisadores do tema. Nós analisamos como as mídias digitais, como: Twitter, Facebook, Youtube, etc. tornam-se testemunhas das informações, construindo uma memória do jornalismo, com as falas, muitas vezes, esquecidas pela grande mídia. Tratamos, ainda, da questão da qualidade dessas informações e dessa memória, do tempo que elas ficam disponíveis e como acessar plataformas que desaparecem com o tempo. Certamente, questões que precisam continuar sendo investigadas.


Emeritus: Quais são as principais contribuições do e-book Perspectivas midiáticas e de educação na contemporaneidade para o (a) leitor (a)?


Profª. Me. Elisângela Lima de Andrade: O e-book trata de questões das áreas da educação, tecnologia e jornalismo de forma bastante atual. Independentemente de ser pesquisador, o leitor encontrará respostas para alguns dilemas, como o uso de redes sociais para o ensino, as dificuldades de lecionar a distância na pandemia e o papel das tecnologias digitais no jornalismo e na educação. Para os pesquisadores, o e-book pode contribuir como referencial teórico e levar a outras inquietações, portanto, a outras pesquisas.

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